Ainda esse ano o brasileiro vai poder comprar um carro e pagar no cartão, bem como produtos de alto valor. O anúncio foi feito pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) durante a CIAB 2016, evento organizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Segundo a associação, já há um estudo avançado para tentar implementar ainda este ano um modelo que viabilize um maior uso dos cartões para pagamento, sobretudo nas compras de valor elevado, tal como, carros, motos, lanchas, barcos, etc.
O principal desafio, segundo a associação, está na forma como as transações são cobradas, hoje as empresas pagam um percentual sobre as vendas. A ideia é para as transações de alto valor seja adotado um valor fixo, o que estimulará as empresas a aceitar cartões nesses tipos de negociações, já que a principal barreira é com relação ao custo.
Pelo estudo, automóveis e até imóveis poderão ser pagos no Cartão de Débito, tal tecnologia substituirá a necessidade do cliente ter que fazer uma transferência bancária ou interbancária. Ao usar o cartão o cliente não precisará aguardar o prazo da compensação bancária, já que compras no cartão possuem validação imediata.
Para acumular milhas aéreas e pontos no cartão, muitos consumidores priorizam o pagamento por cartões de crédito. Segundo a Abecs, no entanto, o estudo está sendo desenvolvido com base no pagamento de compras de alto valor por meio de cartões de débito, justamente para substituir a necessidade de fazer uma transferência interbancária.
Em São Paulo já há lojas que aceitam cartões de crédito e débito para pagamento do valor total de um carro usado ou parte do valor de um carro novo. Normalmente o pagamento com cartão é limitado a parte do valor total do automóvel por causa das taxas envolvidas na transação. Geralmente apenas a entrada é liberada no dinheiro de plástico, a ideia da Abecs é permitir o valor total do produto, à vista, pelo cartão de débito de modo a substituir a transferência bancária via TED e DOC.
No caso das transações usando cartão de crédito, a principal barreira é a questão dos limites, são pouquíssimos os consumidores que possuem limite suficiente para comprar um automóvel no cartão, por isso que a ideia é viabilizar o pagamento via cartões de débito e, assim, diminuir as taxas cobradas neste tipo de venda para estimular o aumento na utilização nas vendas de alto valor.